‘Era puro amor em forma de pessoa’: família de enfermeira morta em Canoas ainda clama por justiça nove meses após o crime

Foto: Simulação 


Patrícia Rosa dos Santos foi assassinada com substâncias de uso controlado. O principal suspeito, seu marido — médico — segue preso preventivamente desde outubro.

Passados nove meses do feminicídio que chocou a cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, os familiares da enfermeira Patrícia Rosa dos Santos continuam convivendo com a dor da perda.

Ela tinha 40 anos quando morreu, e o principal suspeito é o próprio marido, um médico de 48 anos, que foi preso no final de outubro, acusado de ter utilizado medicamentos de uso hospitalar para tirar a vida da esposa.

Desde então, ele está proibido de atuar na medicina. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) determinou a suspensão preventiva do exercício profissional. 

A investigação revelou ainda um episódio anterior, em que o médico teria dopado Patrícia com o objetivo de forçar um aborto, o que acabou não se concretizando.

Apesar disso, segundo a família, nunca houve qualquer sinal visível de agressões ou conflitos sérios — Patrícia era discreta e evitava comentar detalhes do relacionamento.

> “A gente não sabia realmente o que acontecia. Era uma mulher reservada, sempre sorridente, sempre pensando nos outros”, disse uma parente próxima.


Como tudo aconteceu

No dia da morte, o médico comunicou à família de Patrícia que ela havia sofrido um infarto. Ele apresentou um atestado médico emitido por um colega do Samu, mas o relato levantou suspeitas entre os familiares, que optaram por acionar as autoridades.

De acordo com o depoimento do suspeito, a esposa teria adormecido no sofá após tomar sorvete. No entanto, ela foi encontrada sem vida em outro cômodo da casa.

Peritos detectaram a presença de um medicamento no alimento consumido por Patrícia, com ação sedativa intensa, geralmente utilizada por curto período e com indicação exclusivamente hospitalar.


Além disso, exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) identificaram marcas de injeção nos braços e nos pés da vítima, sugerindo que as substâncias foram administradas de forma intravenosa.

Na mochila do médico, a polícia localizou seringas, gaze, remédios controlados e outros itens de uso clínico. Um frasco de medicação havia desaparecido do Samu de Porto Alegre no dia anterior à morte da enfermeira.

Outro ponto levantado pela investigação envolve a equipe do Samu que atendeu a ocorrência. Um médico, um enfermeiro e um motorista foram indiciados por suspeita de alteração da cena do crime, já que teriam manipulado o corpo de Patrícia indevidamente.


Novos desdobramentos

Meses depois, em abril deste ano, o médico voltou a ser indiciado — dessa vez por maus-tratos contra o próprio filho, de apenas dois anos. Ele teria sedado a criança com medicamentos controlados, segundo apontou o inquérito conduzido pelo delegado Maurício Barison.

A Justiça do Rio Grande do Sul e o Supremo Tribunal Federal já negaram pedidos de liberdade para o acusado, mantendo sua prisão preventiva. Agora, a família de Patrícia aguarda que o caso seja levado a júri popular, o que poderá acontecer no próximo ano, caso a Justiça confirme a abertura do processo.

> “Ela era luz. Era o amor em forma de gente”, desabafa uma amiga da enfermeira, emocionada.


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