Brasileiro do Paraná desaparece na Ucrânia após informar que iria para a linha de frente do conflito

Foto: Militares na guerra

Wagner da Silva Vargas, de 29 anos, se alistou como voluntário na guerra e não é visto desde 15 de junho. Desaparecimento foi comunicado oficialmente à família.

O brasileiro Wagner da Silva Vargas, de 29 anos, natural de Santo Antônio do Sudoeste (PR), está desaparecido desde o dia 15 de junho, após um confronto na guerra da Ucrânia. A Embaixada do Brasil em Kiev confirmou o desaparecimento com base em informações da Direção-Geral da Corporação Militar das Forças Armadas do país.

Segundo a mãe de Wagner, Maria de Lourdes Lopes da Silva, ele se voluntariou para lutar ao lado das forças ucranianas em março deste ano, mesmo sem ter experiência militar.

Desde então, mantinha contato frequente com ela, trocando mensagens diariamente. A última vez que se comunicaram foi em 11 de junho, quando o jovem informou que iria para a linha de frente e que ficaria sem celular por alguns dias.

"Ele sempre mandava mensagens. Disse que iria para o combate e ficaria incomunicável. Como isso já tinha acontecido antes, não me preocupei de imediato", contou a mãe, visivelmente abalada.

Relatos de combatentes que estavam com Vargas indicam que ele pode ter sido atingido por um ataque com drone no dia em que desapareceu. Desde então, não houve mais notícias sobre seu paradeiro.

Procedimentos em andamento

Após a notificação oficial do desaparecimento, a Embaixada brasileira encaminhou à família orientações sobre os próximos passos, entre eles, o registro formal do caso na Polícia Nacional da Ucrânia.

A família também foi orientada a fornecer informações detalhadas sobre Wagner, como sinais físicos e características pessoais, além de enviar amostras de DNA para eventual identificação — o procedimento é gratuito e será encaminhado para análise no país europeu.

A família respondeu à solicitação ainda na sexta-feira (27), mas até esta terça-feira (1º), não recebeu novos informes sobre Wagner.

"Cada pessoa fala uma coisa diferente. É uma angústia enorme. Minha esperança é que ele esteja vivo, talvez ferido ou desorientado, em algum hospital ou longe do grupo", desabafou a mãe.